WB-Mantém ainda as mesmas técnicas de abordagem desde a exposição Art Attack em 1997?
JB-Sim, as premissas são as mesmas. Vou coleccionando imagens, sobrepondo-as e apagando. É aquela prática do palimpsesto e, por outro lado, uma técnica que tem a ver com o scratch dos DJs. Apago o que não me interessa e fica só o ruído ou decido pintar tudo bem pintadinho em acrílico e depois coloco por cima spray e marcadores.
WB- E o recente interesse pela fotografia?
JB-Tem a ver com a maneira como pinto. É uma base do meu trabalho, depois surgiram alguns projectos relacionados com o hardcore e aproveitei para expor. Gosto de fotografar, de procurar o contraste do preto e branco.
WB- Gerard Ritcher...e a inspiração Raymond Pettibon.
JB- Bem...(risos) continuo a achar que sou um pintor. Nas telas a preto e branco citei Pettibon. Também aprecio o Jonathan Meese.
WB- Falemos das suas referências literárias que até coincidem com as minhas.
JB-Claro. David Foster Wallace, Michel Houllebecq e Chuck Palahniuk.
WB-Extravagantes, controversos e provocadores. Já agora em que medida a heroína interferia no seu trabalho?
JB-Não conseguia pintar sem heroína. Na altura da ressaca não sabia se poderia voltar a pintar e consumia mais. Demorava imenso tempo a acabar um quadro. Era uma fantasia minha porque, depois de deixar a heroína, continuei a pintar.
WB-Quais são as suas aspirações?
JB- Tento encontrar a felicidade através de coisas simples, mas não deixo de me questionar. Procuro que isso se traduza no meu trabalho que é uma espécie de working in progress.
WB-Não sente necessidade de reconhecimento do mercado?
JB-Consegui um caminho pessoal e interessa-me mais ter uma acção artística ao nível da sociedade. Isso do reconhecimento pode ser difícil de gerir. Só me sinto deprimido quando não consigo desenvolver um projecto.
1 comentário:
GRANDE BELGA!
ABRAÇOS!
Rui Afonso Santos
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