segunda-feira, 17 de junho de 2013

Jaron Lanier


"Quando soube que Aaron Swartz tinha cometido suicídio, lembrei-me de outras situações semelhantes. As mentes mais brilhantes por vezes sofrem de depressão ou outras formas de doença mental. Ele seguiu o caminho do activismo hacker. Copiou uma colecção de artigos académicos, tornando-os disponíveis a qualquer pessoa, apesar do sistema de acesso ser pago o que irritou muita gente. O público tinha pago grande parte da pesquisa, razão porque enfrentou uma grave sentença. O medo da prisão pode ter contribuído para a sua decisão de acabar com a vida. Recentemente, activistas anónimos ligados ao Departamento de Informática da Justiça anunciaram um plano com vista a libertar informação secreta do governo para vingar a morte de Swartz...Tornar a informação "aberta" acaba por possibilitar novos tipos de preocupações comerciais, como a busca e as redes sociais, que compilam dossiers sobre todos os outros e influenciam o mundo de forma profunda. Da mesma forma, os governos estão melhor posicionados para tirar proveito de informações compartilhadas do que as pessoas comuns. Quanto a alternativas pouco exploradas, recordemos Ted Nelson que esteve na origem da media digital nos anos 60 e da "open cultura", mas ninguém sabe ao certo se seria possível escapar da armadilha montada por novos tipos de espionagem. Estamos todos envolvidos nesta experiência da era digital e ninguém tem todas as respostas. Certezas prematuras nunca servem bem a humanidade... A desobediência civil exige preparação e muito treino. Só se deve agir quando se está está pronto para aceitar as consequências e nunca se envolver numa luta sozinho. A não-violência deve envolver não somente a ausência de violência para com os outros, mas também para si mesmo. Figuras como Swartz ou Bradley Manning não se enquadram no contexto da desobediência civil. Certos activistas ficam chocado e ofendidos quando eles são processados, mas isso já deveria estar previsto no plano. É isso o que distingue a desobediência civil não-violenta do vandalismo ou da criminalidade..." 
O americano Jaron Lanier, engenheiro de computadores e músico, diz que a Internet destruiu a classe média. Refere o caso da Kodak que chegou a ter 140 mil trabalhadores e a movimentar 28 biliões de dólares, acabando na falência. Agora a Instagram que foi comprada pelo Facebook só tem 13 funcionários. Pioneiro da informática, Lanier mostra-se desencantado com o on-line. Defende valores humanistas.

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