Não, estes jovens que começaram por se manifestar na praça
Taskim de Istambul nada têm a ver com os das primaveras árabes. Não cometem actos de vandalismo contra estabelecimentos, nem sequer atacaram a
Mango ou o
McDonald. Bem vestidos com os seus smartphones e um ar festivo, muitos até dançam ao som da música electrónica dos DJs que se associaram ao protesto. Depois a polícia carregou violentamente e tudo se descontrolou. Surgiram cartazes com a imagem de
Che Guevara e slogans contra o capitalismo. Envolvido também está o movimento 3H que reclama liberdade, tolerância, liberdade de imprensa e um estado de direito. Não se reconhecem no partido religioso e conservador do senhor
Erdogan. Mas vejamos. A Turquia é um dos maiores sucessos económicos das últimas décadas. A economia cresceu rapidamente e a desigualdade diminuiu. Entre 2002-2012 a economia tem crescido uma média de 5% ao ano. Gerou 4,2 milhões de postos de trabalho, mais do o Reino Unido, a França e a Itália juntas. Recebeu só no ano passado 36 milhões de turistas. Tem boas universidades e eventos artísticos como a Bienal de Istambul bastante credíveis. Estive em Istambul nos anos 80 e sentia-se o cheiro da pobreza, rebentavam bombas e os bancos volta e meia mergulhavam na crise.
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