Vinte anos depois da sua morte continua a ser encarado como uma das personagens mais inquietantes da vida cultural britânica. Cineasta, poeta, artista plástico e escritor,
Derek Jarman morreu relativamente jovem com 52 anos. Já estão em curso algumas homenagens a este artista visionário, destacando-se a exposição que se encontra na
Wilkinson Gallery, em Londres. Os seus
sketchbooks vão ser publicados pela editora
Thames & Hudson. Será instituído o
Jarman Award, inspirado no seu cinema experimental, que se destina a fomentar a criatividade dos artistas emergentes a trabalhar com filmes e vídeo. Enquadrado no grupo de
David Hockney em finais da década de 60 e depois de um grande êxito como cenógrafo, escolheu o cinema como meio de expressar a sua incomodidade a nível social e político. Em 1971 produziu
Sebastiane, um filme erótico dirigido à comunidade gay. Seguiram-se outros projectos como
Jubilee, um verdadeiro hino punk, mas a sua película mais narrativa e mais conseguida no plano visual, foi
Caravaggio. Em 1986 descobriu que era portador de anticorpos da sida e desde então viveu com uma pistola apontada ao peito, à espera que o vírus se desenvolvesse. Essa angústia não o impediu de trabalhar. Ainda fez o magnífico
The Last of England e
War Requiem, um filme para a televisão. "Tentei registar o meu mundo com todos os meios ao meu alcance. O meu país agoniza. O socialismo afundou-se. Até pode acontecer que
Margaret Thatcher levante a economia, mas não é disso que se trata. Creio que chegou o momento de romper com tudo...educadamente claro, não falo de revoluções" sublinhou. E disse ainda que a "
arte é algo de subjectivo", uma afirmação com a qual concordo inteiramente.
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