Este ano o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, o mais relevante da América Latina, aconteceu no meio de uma grande turbulência. A insatisfação pública com o governo, a péssima qualidade dos serviços públicos e a corrupção levam as pessoas a manifestarem-se nas ruas. Os professores protestaram por melhores condições, com o apoio de anarquistas Black Bloc, junto do Cinema Odeon. Os organizadores, para evitar as multidões de fãs do metal, cancelaram a exibição do filme Metallica Through The Never. Mas, apesar de tudo, o programa foi bastante bom. Em destaque o filme Heli do mexicano Amat Escalante que é a visão sombria de um jovem operário tentando sobreviver num inferno governado pelos cartéis de drogas. Do director argentino Santiago Palavecino foi apresentado Some Girls, um pesadelo assustador povoado por mulheres emocionalmente perturbadas numa propriedade rural. A película Il Futuro da realizadora chilena Alicia Scherson, adaptada de um romance de Roberto Bolaño, e envolvendo dois irmãos cujos pais morreram num acidente de carro e ficaram entregues à sua sorte, agradou pelo toque surrealista e divertido. Na secção brasileira, venceu o filme O Lobo Atrás Da Porta, um aviso moralista contra o adultério na linha de Atracção Fatal. Os prémios da critica e do público foram para Tatuagem de Hilton Lacerda.
A indústria cinematográfica mostrou solidariedade com os manifestantes na cerimónia de encerramento. Convidados de alto perfil subiram ao palco, no meio dos aplausos, com uma bandeira desfraldada pedindo o fim da corrupção política e da violência policial.
adios amigos
Há 9 anos
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