A economia italiana declina a olhos vistos. Há dias, a Ópera de Roma despediu toda a sua orquestra e coros, num total de 200 membros. Financiada e gerida pelo Estado, com empregos para toda a vida, foi prejudicada pelo crescimento da dívida como tantas outras coisas na Itália.
Ricardo Mutti, o director honorário desta instituição cultural, ficou tão farto de lidar com seis anos de trabalho num contexto surrealista, que se demitiu. Os músicos trabalhavam 28 horas semanais e recebiam 16 meses de salários por ano. Mesmo assim, no Verão, houve uma apresentação de La Bohème com apenas um pianista porque o resto da orquestra tinha entrado em greve. Outra notícia do dia é que a Sicília emprega 28 mil guardas florestais, mais do que o Canadá, e tem 950 motoristas de ambulâncias que não têm ambulâncias para dirigir. "O único caminho permitido por Bruxelas e Berlim para a recuperação - o da austeridade - tem sido contraproducente porque foi apenas superficial. Se a austeridade é para estimular o crescimento, isso deve ser feito em profundidade, o que inevitavelmente envolve terrível sofrimento e o risco de agitação de massas. Nenhum político italiano tem estômago para isso" (Via
Tyler Cowen). A escultura dourada é da artista austríaco
Enwin Wurm.
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