"Os assassinatos de Paris não resultaram de uma falha da França para assimilar duas gerações de imigrantes muçulmanos de suas ex-colónias. Nem da acção militar francesa contra o Estado islâmico no Oriente Médio ou a invasão americana do Iraque.... Os cartoonistas morreram por uma ideia. Os assassinos são soldados numa guerra contra a liberdade de pensamento e de expressão, contra a tolerância, o pluralismo, bem como o direito de ofender numa sociedade democrática. Então, todos nós devemos tentar ser
Charlie, não apenas hoje, mas todos os dias. São apenas os mais recentes golpes desferidos por uma ideologia que tem procurado alcançar o poder através do terror durante décadas. É a mesma ideologia que levou
Salman Rushdie a viver escondido durante uma década por ter escrito um romance. A ideologia que matou três mil pessoas nos EUA em 11 de Setembro de 2001. A ideologia que matou
Theo van Gogh nas ruas de Amesterdão, em 2004 por ter feito um filme. A mesma ideologia que viola e massacra em massa nas cidades e desertos da Síria e do Iraque....Algumas pessoas bem-intencionadas alegam que a carnificina não tem nada a ver com a fé, que o Islão é uma religião de paz ou que a violência representa uma "distorção" de uma grande religião.... A religião não é apenas um conjunto de textos, mas as crenças e práticas de vida dos seus adeptos. O Islão hoje inclui uma minoria substancial de crentes que aprovam, se realmente não a realizam, um grau de violência na aplicação das suas convicções.
Charlie Hebdo também tinha ferido as sensibilidades de judeus e cristãos, mas só os muçulmanos responderam com ameaças e actos de terrorismo. Para alguns crentes, a violência serve uma vontade de poder absoluto, em nome de Deus, que é uma forma de totalitarismo..." ( Depois de ouvir horas de análises vazias nas televisões, moderadas por duas pivots atrasadas mentais, vale a pena ler um texto inteligente. De
George Packer, na revista americana
New Yorker)
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