"...As fissuras abertas na interpretação redentora do “Je suis Charlie” não impediram que, embora com diferenças, o fenómeno de colectivização pueril da opinião regressasse com a vitória do partido Syriza nas eleições da Grécia. Num contexto em que o debate político se arrasta, exangue, pelas paisagens da gritaria televisiva, acordámos de um dia para o outro num país com uma impressionante densidade de especialistas “gregos”: pró ou contra Syriza, todos habitam em Portugal e estão todos na televisão, nem que seja através de anódinas reportagens de rua...Ser Charlie, ser Syriza ou ser fã de Cristiano Ronaldo... O lote de hipóteses é imenso, consagrando modos de existir totalmente parasitados pelos axiomas mediáticos e pelos seus muitos links televisivos. Desapareceu qualquer lógica de pertença, sendo impossível pensar a difícil arte de ser cidadão — engolimos uma palavra de ordem, digerimo-la, esgotamo-la e esperamos pela próxima" (
João Lopes). Pois é. Este país tornou-se um circo com palhaços pobres e ricos a fazer os seus números. Freitas do Amaral, Bagão Félix e Francisco Louçã juntos num manifesto tonto dos 32. Esta gente nada tem a ver com a democracia. Na fotografia falta Alberto João Jardim, um entusiasta apoiante do Syriza. Ainda ninguém se apercebeu que há algo de errado nestas associações, ditadas pela lei mediática.
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