Leilão na Sothbey.Banksy não estava criticando o capitalismo, ele estava tomando parte nele
A brincadeira do graffiter na Sotheby' foi como acender uma venla numa sala de mofo. Mas, ao se rebelar contra o establishment da arte, ele ainda lucra.Girl with Balloon', senhoras e senhores em pé no fundo da sala,” o leiloeiro Oliver Barker anunciou com uma arrogância corajosa. A peça: um trabalho de pintura com spray sobre tela de 2006 do artista de rua anônimo Banksy. Os licitantes engoliram, fazendo o valor da pintura subirnum crescendo frenético. Mulheres em vestidos de marca e pérolas seguravam os telefones fixos para atender pedidos anônimos. Homens de fato anotavam mensagens importantes em cadernos ainda mais importantes.dido!" Barker tocou, batendo o martelo com força no pódio. A peça saiu por 1,4 milhão de dólares - mais de três vezes o preço estimado. depois, a estrutura desajeitada da peça explodiu num som alarmante e persistente. A tela desceu pela parte inferior da moldura e emergiu do outro lado em farrapos. O processo de trituração congelou na metade, deixando a parte superior da pintura intacta. O fundo, no entanto, parecia ser macerado em pequenas fitas. Baskyanksy tem sido tanto artista quanto troll, revolucionário e hipócrita. Com as suas tentativas de subversão nunca morde a mão que o alimenta. Em vez disso, ele prefere um leve tapa no pulso e depois um beijo. Esta última brincadeira me fez pensar na série “ This Is America ”, de Sacha Baron Cohen , na qual a estrela engana indivíduos desavisados para mostrar o quanto a América está quebrada. Como Cohen, o poder e o privilégio de Banksy limitam sua capacidade de desmantelar significativamente o sistema de que ele se beneficia tão claramente. Banksy é grande demais, rico demais, famoso demais para prejudicar o mercado que o tornou tão popular? (HUFFINGHTON POST).
Banksky vamos lá rir
Tem graça: uma peça de Banksy, o adorado grafiteiro por quem se babam, desfez-se em tirinhas logo depois de ter sido licitada por 1,2 milhões de euros num leilão da Sotheby’s em Londres. Quem aprecia o género merece ser aldrabado – e em público, no meio de gargalhadas. A verdade é que as obras de Banksy são o que são: intervenções de rua, ‘artista de rua em campanhas políticas, aparições de humor, opiniões populares sobre coisas correntes – mas o seu valor em termos de “arte contemporânea” (ou seja: muito valorizado por papalvos, colecionadores e filósofos do género) atingiu um estatuto de primeira linha. Os últimos grandes pintores (Freud ou Rêgo, por exemplo) foram ultrapassados pelo linguajar desse material histriónico ou apenas irónico, que os curadores” bem queriam numa loja de “artes decorativas” dos seus museus, junto de caixas de plástico, pneus reutilizados, bonecos de madeira, sujidades, tudo com propósitos provocatórios contra “o sistema” e a arte tradicional. A suprema ironia de Banksy parece de flibusteiro, claro – mas não é: ele só provou quão ridículo é o sistema. (Francisco José Viegas)
Sem comentários:
Enviar um comentário