As queridas ovelhas

As ovelhas do artista francês François-Xavier Lalanne (1927-2008) adquiriram um enorme  protagonismo. Elegantes, com uma expressão ligeiramente altaneira, as escultura que se apresentam amanhã no leilão da Phillips em Londres, tornaram-se icónicas. Entre 200 a 300 mil dólares na partida para a licitação, certamente que serão vendidas pelo dobro ou triplo deste montante.     
Próximo da teoria dos surrealistas, Lalanne que alugou um estúdio em Montparnasse, próximo ao de Brancusi, foi apresentada a Max Ernst, Jean Tinguely, Man Ray e Marcel Duchamp. Outras influências vieram depois de trabalhar como assistente no Louvre, onde passou horas observando antigas esculturas de animais nas galerias. As ovelhas, uma das séries mais duradouras do artista, tornaram-se objetos de design muito procurados entre as elites criativas. Para sua primeira exposição no Salon de la Jeune Peinture em Paris em 1965, Lalanne criou 24 ovelhas de bronze fundido embrulhadas em lã para fazer assentos surreais e confortáveis.

Nas cinco décadas seguintes, Lalanne fez diferentes versões das ovelhas para clientes influentes como Yves Saint Laurent, Pierre Bergé, Alexandre Iolas e Gunter Sachs. As variações incluíam ovelhas com lã preta e até uma série revestida de ouro feita em meados da década de 1990 para Peter Marino.