Adoro a sensibilidade criativa de Daniel Roseberry, o atual diretor criativo da Schiaparelli que veio ressuscitar esta mítica casa de moda. Um americano nascido no Texas, filho de um pregador, focou-se no passado surrealista da Schiaparelli e veio torná-la única na vasta geografia do universo da moda. A ultima coleção, inspirada no Inferno da Divina Comédia de Dante levantou uma onda de comentários negativos na turba das redes socias e da media, sempre à espreita de qualquer coisa que dê para um woke bem atual e assim atiçarem o fogo. Ah, os animais. Toda a gritaria ofuscou o trabalho extraordinário que Roseberry e a sua equipa dedicaram à moldagem, escultura e beleza das peças onde se insinua um certo barroco. Schiaparelli significa uma relação íntima e antiga entre arte e moda, em particular com o movimento surrealista em que a própria Elsa esteve envolvida. Daniel Roseberry tem 38 anos e trabalhou em Nova Iorque durante quase uma década com Thom Browne, o seu mentor. Considero que se trata do criativo com uma linguagem visual mais empolgante da moda atual. A beleza será convulsiva ou não será...como dizia André Breton.
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