Já lá vai o tempo em que as feministas radicais queriam roubar o poder aos homens, deixando-os nas ruas da amargura. Valerie Solanas, autora de manifesto Scum, baleou Andy Warhol quando o artista saia da Factory. Uma década depois Susan Faludi lançou o livro Backlash onde demonstrava existir uma guerra não declarada contra as mulheres americanas. Todas as defensoras do género se insurgiam contra as teorias idiotas de Freud sobre a "inveja do pénis". Camille Paglia, apesar de se considerar feminista, não se reconhece nos argumentos das outras, chegando mesmo a dizer que Faludi looked like a puppie dog. Defende a pornografia e diz que as prostitutas gostam do seu trabalho. Mas também reconhece que há um sério problema de testerona nos Estados Unidos. Claro que a teoria do politicamente correcto veio maquilhar o machismo encapotado que ainda se mantém. Porque é que duas mulheres se encarniçam numa batalha contra Jonathan Franzen?" Pergunta um jornalista do The Huffington Post, a propósito da polémica em que Jennifer Weiner e Jodi Picoult, duas escritoras de best-sellers, se envolveram quando compararam a desmesura da cobertura dada a Franzen, que foi capa da revista Time e objecto de elogiosas referências no New York Times, com a concedida às mulheres que abordam os mesmos tópicos. Não li Freedom e não conheço a escrita das "revoltadas" senhoras a que o crítico atribui posições mais ditadas pela inveja do pelos direitos das mulheres. A conclusão lógica a tirar deste raciocínio é que elas estão roídas de inveja do pénis.
Não, a luta ainda não terminou. Para não irmos mais longe temos as eloquentes escorregadelas de linguagem no panorama da política nacional. Manuela Ferreira Leite era a "velha feia" e Manuel Alegre, que até a ultrapassa na idade e não deve nada à beleza, é o quê? Um jovem príncipe encantado que montado no seu cavalo branco alado vem salvar o país das bruxas malvadas? Tenham juízo e pensem menos com o pénis.
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