terça-feira, 20 de julho de 2010

Flair

Eis uma revista chique e cult com muito sumo que marcou o inicio da década de cinquenta. Foram publicados apenas 12 números, mas durante esse breve espaço de tempo mostrou que poderia vir a ser o embrião da linguagem cool. A produção custava uma fortuna, graças à utilização de diferentes espécies de papel e às capas altamente criativas. Dispunha de colaboradores da elite intelectual como Jean Cocteau, Salvador Dali, Tennessee Williams ou Simone de Beauvoir. Até a antropóloga Margaret Mead escreveu uma ensaio sobre a cultura americana e Winston Churchill contribuiu com uma pintura. Fleur Cowles, uma mulher sofisticada e inteligente, era a editora chefe da Flair. Amiga de reis, políticos, escritores e estrelas de cinema ninguém se atrevia a dizer-lhe não. Numa entrevista, a propósito de um livro que escreveu sobre Evita Peron, relatou: When she realized that I was an editor of a big magazine and that I was rich, I was blonde, I was wearing jewelry, she thought "well, this is someone I can make a friend of. She can be useful." I did everything with her for weeks, and when I left, I was determined to tell the world what a hideous, dreaful, revolting, horroble woman she was. When they heard that Random House was publishing my book, they sent a man to kill me. The FBI caught him and sent him bak to Argentina".
A americana Fleur Cowles morreu em 2009 com 101 anos. Comprei The Best of Flair, um livro com prefácio de Dominick Dunne editado pela Rizzoli em 1996, na Strand de Nova Iorque pela pechincha de 110 dólares. É bom lembrar que foi há três anos, quando o dólar valia quase metade do euro.

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