"A minha ambição é mudar o conceito de arte", afirmou
Thomas Hirschhorn (1957, Berna) que apresenta uma instalação na
Gladstone Gallery, em Nova Iorque, até 20 de Outubro. O título desta
display, termo que o artista suíço prefere ao vulgarizado "instalação", é
Concordia, Concordia. Inspirou-se no trágico acidente do navio de cruzeiros ocorrido na costa italiana onde morreram 32 pessoas. Conceitos como "responsabilidade", "excesso burguês" ou "consumismo" deslizam no discurso de um criador comprometido com o mundo. Não se considera, no entanto, um artista político. "Estamos a viver tempos complicados e complexos, quero confrontar todos os lados", sublinha. Acha que a lógica do precário, ao contrário do efémero, não morreu. Mas a exposição é também uma metáfora. Remete para o aparatoso sistema da arte com centenas de feiras, bienais, enormes galerias em crescimento e obras que atingem preços astronómicos, sem nenhuma justificação, numa época de crise económica.
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