domingo, 10 de janeiro de 2016

É lixado


As palavras do filósofo francês Michael Onfray, proferidas há dois anos, foram alvo de críticas pelos defensores do politicamente correcto. Mas, depois dos atentados de Paris, disse coisas diferentes. Até mesmo contraditórias. Quase, quase numa defesa encapotada do ISIS, cuja lógica compreendia porque a culpa era do ocidente. Manuel Valls pronunciou-se indignado contra as opiniões dos "intelectuais depressivos". Na Alemanha, decidiram lançar a primeira reedição desde 1945 do Mein Kamph. Chegou já às livrarias com toda esta confusão do milhão de refugiados, dos estratagemas dos fascistas islâmicos, do declínio das economias europeias... Na realidade, a história do nazismo não é assim tão antiga. Os demónios estão sempre prontos para ressurgir. Seria ingénuo acreditar que vinte anos de exacerbação egoísta colectiva, enraizada nas profundezas do espírito germânico, pode ser riscado só porque sim. Uma péssima ideia. Afrontaram-se nas manifestações a extrema direita assumida e os chamados pacifistas cujo anti-americanismo leva-me sempre a desconfiar.

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