Na narrativa dominante sobre o Médio Oriente, as vozes das mulheres são as mais difíceis de ouvir. Aqui no Ocidente, as suas palavras são muitas vezes abafadas pelas percepções vigentes da sua opressão. Da cultura e da política dominante, até mesmo dos partidos ditos de esquerda. No
National Museum of Women in The Arts, em Nova Iorque, encontra-se até 31 de Julho uma exposição com o título de
She Who Tells a Story. A ideia é apresentar a feminilidade "árabe e iraniana longe dos mitos e contos da Scheherazade e Mil e Uma Noites, como afirma o texto do catálogo. Ocupando várias salas, a exposição está dividida em três temas: "Desconstruindo Orientalismo", "Construindo Identidades" e "Novo Documentário". As obras em exibição são extraordinariamente poderosas. Gosto do trabalho da artista marroquina
Lalla Assia Essaydi. Especialmente de
Bullets Revisited que mostra uma mulher adornada com jóias de ouro deitada numa cama. Naquela pose bem tradicional da odalisca de olhar lânguido. Mas, olhando melhor, vemos que a cama e as jóias são feitas de balas.
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