Para o escritor marroquino
Tahar Ben Jelloun, a celebração do 14 de Julho e Nice são alvos que correspondem aos símbolos que o
Daech queria abater: a vida, a festa, o prazer, uma noite de Verão. "Estamos lidando com indivíduos cada vez mais arbitrários. Não há sinais externos para distingui-los. Longe vão os dias da barba, o "abaya" do Paquistão. Eles optaram pela banalidade, fundiram-se na paisagem. Armados com o seu passaporte europeu, circulam livremente no espaço Schengen. Não inquietam ninguém, não dão nas vistas e mostram-se mesmo bem educados. Não excedem o limite de velocidade, não passam a luz vermelha, são aparentemente cidadãos sem problemas e ninguém pode suspeitar que escondem no seu íntimo a convicção e a vontade de matar inocentes... O que interessa estender o estado de emergência por mais três meses, se não mudar a política? A França combate o
Daech no terreno. Mas quanto mais o chamado "Estado Islâmico" fica enfraquecido no terreno, mais fará apelo às suas células adormecidas que esperam o momento de agir." Entrevistei
Tahar Ben Jelloun há anos no Instituto Franco-Português onde participou num ciclo de conferências. Ainda guardo o seu contacto de Marrocos onde continua a viver.
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