"Nuca é o termo utilizado para nos expressarmos sobre a zona do pescoço onde se encontra a ligação da primeira vértebra cervical com o crânio. O nome desta vértebra [Atlas] é também o nome de um titã, da mitologia grega, que terá sido coagido por Zeus a carregar o céu. Os terminologistas da anatomia validaram a analogia entre o osso e o titã – ambos suportam o peso das ideias, da mente. Há na palavra nuca uma série de ligações que nos conduzem ao sentido daquilo que só é conhecido pelo seu efeito, que pertence à ordem do invisível ou que nos é retirado das vistas. A nuca é um lugar esquecido; diz respeito às costas e não à frente; situa-se oposta aos olhos; tem uma cova do ladrão; o tiro na nuca é um tiro inexorável; é exposta ao outro – vulnerável; é colectiva, para além de individual.
Os trabalhos apresentados deram origem ao título nuca. São esculturas / instalações desenvolvidas a par da investigação de doutoramento sobre a importância do talhe no pensamento". Trata-se de uma exposição da Galeria Bessa Pereira na Fundação Portuguesa das Comunicações que inaugura no dia 5 de Setembro às 18:30
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