Dizer mal do turismo tornou-se uma prática vulgar. Há que acabar com o turismo antes que o turismo acabe com o planeta. A culpa é de
Thomas Cook que inventou o turismo de rebanho no século 19. Nos anos 90 publiquei um texto numa revista de viagens onde dizia que já não havia sossego em lugar nenhum. "Tal como estão as coisas só nos resta Beirute para fazer umas férias tranquilas. Há tiros, bombas e sequestros. Pelo menos pode-se ir a um bar sem que deparemos com turistas japoneses a fotografar, alemães a esvaziar garrafas e ingleses a partir tudo. Nos bares de Beirute os únicos clientes são traficantes de armas, terroristas profissionais e jornalistas internacionais. Gente que viaja por obrigação e não incomoda". E, depois, pairava no ambiente um certo mistério. Claro que actualmente não convém frequentar bares nos países do Médio Oriente, atendendo aos desvarios do Estado Islâmico. Nunca se sabe. Em Lisboa, já me sinto mal na
Brasileira do Chiado que é o meu café de sempre. Ainda me reúno ali com uma tertúlia resistente. Manadas de italianos e espanhóis, carregados de compras inúteis e num atropelo, pespegam-se em cima do Pessoa. No interior, a abarrotar de franceses desajeitados, temo que derrubem a cadeira onde me sento. Um horror!
Sem comentários:
Enviar um comentário