Morreu
Michael Ciminio, um dos mais audacioso e talentosos cineastas americanos. Vi todos os seus filmes. Depois dos prémios conquistados com
Dear Hunter (O Caçador) e do fiasco crítico e financeiro do western épico
Heavens`s Gate, uma obra-prima absoluta, foi relegado para a sombra. Em 1985 fez
O Ano do Dragão sobre a mafia chinesa da Chinatown de Nova Iorque mas a comunidade asiática acusou-o de racismo. Dois anos depois realizou
O Siciliano sobre o bandido
Salvatore Giuliano, baseado num livro de
Mario Puzzo, que os seus detractores acusaram de glorificar. Nas últimas décadas pouco se falou dele. Vivia, iolado, longe dos holofotes. Um homem misterioso que nunca casou. Apareceu, o ano passado, no Festival de Locarno como convidado especial. "Não posso sentar-me atrás de uma mesa e opinar porque não sou professor. Não tenho nada a dizer...", proclamou. Mas acabou por falar sobre o mau jornalismo e a incompreensão de certa critica.."No meu primeiro filme chamaram-me homófico. No segundo, era da direita fascista. No terceiro era da esquerda marxista e no quaro era racista...". Tinha uma profunda admiração por
Clint Eastwood com quem trabalhou como roteirista em
Magnun Force. Elogiou, numa entrevista recente,
The American Snipper. "Deviam cancelar os prémios e dar o ouro a Clint. É o melhor filme dele..", afirmou.
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