quarta-feira, 26 de junho de 2019

Cindy Sherman


As fotografias de Cindy Sherman de meados dos anos 70 até os dias de hoje são objeto de uma retrospectiva na National Portrait Gallery de Londres com curadoria de Paul Moorhouse. A exposição começa com o "Cindy Book", um álbum de imagens de Sherman que ela fez quando criança, cada uma delas rotulada com um rabisco de adolescente: "Sou eu". É o ponto de partida de uma exploração da vida com identidade que se move ao longo de quatro décadas, com Sherman retratando-se sob o disfarce de muitas centenas de diferentes personagens fictícios. Desde a sensual sedutora, a donzela em apuros aos seus stills films de cinema. Dos palhaços esquisitos às  criaturas mutiladas e do pesadelo dos contos de fada. Há ainda as esposas de troféu mais recentes com bronzeado falso. "Esse corpo de trabalho é único, sua abordagem completamente individual e a aparência das suas fotografias imediatamente reconhecíveis", diz Moorhouse. Falando sobre a influência duradoura de Sherman, ele acrescenta: “Em primeiro plano, o seu trabalho coloca questões sobre a veracidade das imagens. Na nossa sociedade dominada pela media e obcecada por imagens, na qual as redes sociais e as notícias falsas são características visíveis, essas questões nunca foram tão relevantes", acrescentou. Cindy Sherman, desde criança viciada em cinema, inspira-se nos filmes tanto americanos da serie B aos franceses da Nouvelle Vague como do neorealismo italiano. Via tudo. O cineasta Alfred Hitchcock causou-lhe uma grande impressão e em  particular o seu filme  A janela Indiscreta de 1954. A exposição inaugura no dia 27 de Junho e encerra em 15 de Setembro.

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