domingo, 23 de junho de 2019

Lina Bo Bardi


O artista e cineasta Isaac Julien e o seu editor Adam Finch  estão trabalhando na coreografia complexa de filmagens de uma peça que é uma homenagem à arquitecta modernista brasileira Lina Bo Bardi. Com o título de Lina Bo Bardi – A Marvellous Entanglement, é uma espécie de arquitetcura de dança e um trabalho vertiginoso. Não se trata de um filme biográfico directo - "Bo Bardi teria odiado algo tão linear e redutor", diz o artista. Nascida no Brasil em 1914, estudou na Unioversidade de Arquitectura de Roma. Depois de se formar mudou-se para Milão onde foi editora da revista Domus, depois de ter trabalhado com Gio Ponti. Fundou com Bruno Zevi a Cultura della Vita e foi militante no Partido Comunista Italiano. Casou com o jornalista e historiador Pietro Maria Bardi e mudaram-se para o Brasil. Em 1950 criou a revista Habitat e projectou a icónica Casa de Vidro, que se tornou a residência do casal, em São Paulo, considerada uma das obras máximas do racionalismo artistico. Escritora, ensaista, designer de móveis e de jóias, figurinista, era dotada de uma enorme inteligência e sensibilidade artística.  Em 1957, projectou o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Bo Bardi conseguiu incorporar técnicas e materiais vernaculares no seu trabalho com mais sucesso do que talvez qualquer outro grande modernista, um compromisso que faz seu trabalho parecer totalmente contemporâneo e fundamental . "Ela abraçou o artesanato do nordeste e reflectiu uma cultura brasileira mais orgânica de volta a si mesma", sublinhou Isaac Julien.

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