Protestos em Paris contra a lei de Segurança Global, o que torna ilegal a partilha de imagens de policías entre público e jornalistas. A manifestação, que ocorreu com uma presença policial intensificada na Praça do Trocadero perto da Torre Eiffel, foi organizada por Repórteres sem Fronteiras, Amnistia Internacional e outros grupos de direitos humanos e sindicatos de jornalistas. Os opositores do Global Security Bill insistem que é uma violação grave da liberdade de imprensa. Os activistas carregavam faixas condenando a lei, gritavam slogans e também cantaram La Marseillaise, o hino nacional francês. Alguns na multidão usavam coletes amarelos, um símbolo do maior movimento de protesto contra a injustiça econômica na França. A manifestação continuou pacificamente durante horas, mas as tensões começaram a aumentar após o anoitecer, quando alguns manifestantes começaram a incendiar caixotes do lixo a lançar garrafas à polícia.
Protestos menores contra a lei aconteceram também em Marselha, Lille, Montpellier e noutras cidades francesas. O Projeto de Lei de Segurança Global, promovido pelo governo do presidente Emmanuel Macron, criminaliza, entre outras coisas, a distribuição de imagens de agentes da lei pelo público e pela mídia. Uma violação que pode acarretar uma pena de prisão de um ano ou uma multa de € 45.000. A legislação recebeu luz verde da Assembleia Nacional na sexta-feira e deve ser aprovada pelo Senado na próxima semana. Em resposta às críticas, o primeiro-ministro, Jean Castex, garantiu que o projeto de lei “não vai impedir a liberdade de informação”, mas se concentrará apenas em imagens compartilhadas com a intenção “clara” de prejudicar um policial.
Vídeos de policiais usando força excessiva contra manifestantes e suspeitos de crimes causaram recentemente um grande clamor público na França. O incidente mais vívido foi a morte do homem de Paris, Cédric Chouviat, em Janeiro, que se assemelha muito ao que aconteceu com George Floyd nos Estados Unidos. Chouviat, um pai de cinco filhos de 42 anos, foi filmado gritando “Estou sufocando” enquanto era detido por sete polícias. A investigação do caso revelou três policias acusados de homicídio culposo.
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