sexta-feira, 1 de março de 2013

The Living Theatre

Devido a um atraso de quatro meses do pagamento do aluguer, um senhorio ganancioso expulsou o seu inquilino. Um inquilino a viver ali, na Clinton Street-21, há 66 anos. Here we are, o último espectáculo do Living Theatre aconteceu no dia 27 de Fevereiro. E Judith Malina, fundadora deste grupo histórico e revolucionário, perdeu a sua "casa" e também o apartamento onde vivia no Lower East Side. Enterrou no edifício 800 mil dólares, obtidos com a venda das pinturas do marido Julian Beck já falecido e os lucros dos arquivos do teatro que foram obtidos pela Universidade de Yale. Agora, sem meios de sobrevivência, encontra-se no Lilian Booth Actor`s House, uma espécie de lar de artistas idosos em Nova Jersey. Chocado, o cómico Penny Arcade propõe-se fazer um espectáculo para angariar fundos com vista a trazer Malina de volta a Manhattan. "Noutro país seria considerada um tesouro nacional e teria todo o apoio. Aqui, desconhece-se o seu papel na construção da contra-cultura e do teatro experimental americano", lamentou. Judith Malina sempre se declarou anarquista, manifestando-se contra o voto eleitoral. "...I want to make the beautiful anarchist non-violent revolution and I think this is where, if anywhere, it’s going to happen. We’ll keep going. If we have no place, we’ll do street theater. We can always work on the street and pass the hat". Nos anos 70 vi o controverso Paradise Now e, sempre que me deslocava a Nova Iorque, nunca falhava uma peça no Living Theatre. Em 2010 vi Korach: the biblical anarchist que como todos os trabalhos do grupo envolvia a participação do público.

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