Fico com os nervos em franja quando no circo televisivo uns tantos imbecis disfarçados de comentadores, normalmente encantados com as tretas de
Mário Soares, dizem que nesta crise faz falta a politica. Não tenho uma visão angélica dos políticos, pois nunca fazem o que prometem. A chamada política da austeridade é acusada de favorecer os populismos na Europa. « Aujourd’hui, prolonger l’austérité, c’est le risque de ne pas aboutir à réduire les déficits et la certitude d’avoir des gouvernements impopulaires dont les populistes feront une bouchée le moment venu..." Patati, patatá. Pronunciou-se o senhor
Hollande em defesa da classe. Seguro, Silva Peneda, Miguel Veiga, Zorrinho, Catarina Martins e etc dizem o mesmo. Não sei. Mas sei que os espanhóis entraram no delírio da política imobiliária, os gregos aldrabaram as contas e os portugueses encheram o país de autoestradas. Acusam a Alemanha de não apoiar os países em dificuldades, mas é graças à sua credibilidade que os mecanismos de ajuda europeus ainda existem. A retórica debitada nos medias confunde as cabeças fracas. Volto a repetir que estou fora do sistema. Nenhuma das forças políticas me servem. Mas tenho ainda uma pinga de senso comum. A política converteu-se num lixo e, como sublinhou
Manuel Vicent num artigo publicado no
El País, "os banqueiros representam a moderna versão dos antigos foragidos e os intelectuais tendem a confundir o próprio umbigo com o agulheiro negro do universo". Estamos entregues aos bichos.
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