Foi considerado o melhor combate televisivo de sempre. Em Agosto de 1971 dois escritores americanos com um descomunal ego degladiam-se no Dick Cavett Show. O desagradável brigão Norman Mailer, já bastante bebido, investe contra o pretensioso Gore Vidal que lhe tinha chamado misógino, comparando-o a Charles Manson. Para mostrar que "não odiava as mulheres", Mailer puxou dos galões. Cinco vezes casado, sete filhos e duas filhas. Gore Vidal, zero. Argumentos que não provam nada. Mas esqueceu-se de mencionar o facto de ter esfaqueado uma das esposas. Houve outra que o acusou de violência doméstica. Opunha-se à contracepção e ao aborto, tinha o culto da virilidade, e era claramente homofóbico. Em 1963 comentou: "a homossexualidade espalha-se pela América como uma fumaça negra". Fundou a revista Village Voice, ganhou o National Book Award e o prémio Pulitzer. Ontem tentei voltar a ler uma das suas obras e desisti. Era um dos ídolos do portuguesissimo Baptista Bastos. Em todos os aspectos.
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