Há certos indivíduos que reflectem a mudança de atitudes e das tendências culturais do seu tempo, enquanto outros se tornaram símbolos do espírito dos tempos. O emblemático
Robert Fraser (1937-1986) fundou nos anos 60, numa época efervescente, o movimento
Swinging London com a explosão da moda sexy, da música dos Beatles e dos Rolling Stones e das manifestações descaradamente irreverentes. Era um centro de cultura pop alimentada a canabis, álcool e comprimidos. A galeria
Robert Fraser divulgou a pop art nas duas vertentes: americana e britânica. As suas exposições atraiam um vasto elenco de admiradores e amigos como Mick Jagger, Keith Richards, Paul e Linda McCartney Francis Bacon, Jim Dine, Andy warhol, Claes Oldenburg, Keith Haring, basquiat, Clive Baker, Richard Hamilton e muitos outros artistas. Agora a
Pace de Londres, uma sucursal da
Pace Gallery de Nova Iorque apresenta até 1 de Abril uma exposição de homenagem a
Fraser intitulada A
Strong Sweet Smell of Incense que era o título da manchete de um jornal sobre a intervenção da polícia numa festa em casa de
Keith Richards em Fevereiro de 1967. O guitarrista dos
Rolling Stones e os convidados, incluindo
Marianne Faithful enrolada nua num tapete, estavam a consumir substâncias ilícitas.
Robert Fraser foi preso pela posse de 24 comprimidos de heroína. Apesar das bebedeiras e das drogas fortes, o galerista acabava por funcionar. Filho de um rico banqueiro, formou-se na lendária
Eton que "ainda é um dos melhores lugares para aprender a arrogância", como comentou. Depois de passar uns meses no Uganda, mudou-se para Nova Iorque onde viveu durante largos anos. Quando morreu nem sequer teve direito a um simples obituário nos principais jornais ingleses.
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