Depois de Angela Merkel ter alertado que "a Europa deve conduzir o seu destino pelas suas próprias mãos",
Wolfgang Schaeuble implorou ao presidente dos EUA para reconsiderar a política "America First", alegando que uma recessão nos Estados Unidos arriscaria a destruição da "nossa ordem mundial liberal" cedendo influência aos chineses e russos. A hostilidade de Trump em relação aos seus parceiros europeus assumiu proporções inesperadas. Insultou os colegas do G-7 e líderes da NATO, retirou-se do Acordo de Paris e tentou banir viajantes e refugiados de seis países muçulmanos. A
Bloomberg descreveu estes comentários como "uma das maiores expressões de preocupação entre os dirigentes políticos europeus de que o governo do presidente
Donald Trump está desvinculando os EUA dos seus papéis globais no comércio, mudanças climáticas e segurança". O ministro das Finanças alemão, num discurso no American Academy de Berlim, afirmou: "Eu duvido que os Estados Unidos realmente acreditam que a ordem mundial seria igualmente sólida se a China ou a Rússia preenchessem as lacunas deixadas pelo USA. Iriam dominar as esferas de influência que definiram por si mesmos. É certamente, no interesse dos Estados Unidos, garantir a segurança e a estabilidade económica nos seus mercados, tanto na Europa como em todo o mundo. É uma condição prévia básica se quiserem aumentar as suas exportações e reduzir o défice da balança comercial". Falava para uma audiência que incluía
Henry Kissinger e o Secretário do Tesouro
Lawrence Summers. Mas, segundo
Zero Hedge há alguma hipocrisia nas advertências. "A Alemanha ajudou a elevar a posição da China no cenário global, abraçando-a como um aliado na luta contra as mudanças climáticas e como parceira no comércio. A China foi o seu maior parceiro comercial no ano passado. Eclipsando os EUA". A chanceler alemã também disse que está aberta para discutir propostas para um "orçamento da área do euro" comum com o presidente francês,
Emmanuel Macron, sobrepondo-se ao líder social-democrata Martin Schultz. "Um orçamento federal ajudaria a beneficiar as economias mais fracas da área do euro, como a Grécia, Portugal e Itália, mas também compensaria algumas das imensas vantagens que a Alemanha colhe como parte da união monetária. Os cidadãos alemães efectivamente subsidiam os seus vizinhos europeus, embora a Alemanha ainda beneficie de uma moeda mais fraca". De acordo com a
Bloomberg, os comentários de Merkel vêm num momento em que ela procura obter um quarto mandato em Setembro nas eleições nacionais.
Sem comentários:
Enviar um comentário