Começou em Julho a primeira conferência da série especial 2017 do
Fronteiras Braskem do Pensamento em Salvador, no Brasil. Com o tema Civilização – A sociedade e seus valores, as conferências propõem-se provocar o debate sobre o que nos une como civilização. O escritor moçambicano
Mia Couto, a crítica cultural norte-americana
Camille Paglia e a activista dos direitos humanos moçambicana
Graça Machel são os três conferencistas desta edição de 2017. A intelectual americana fez uma conferência sobre arte e feminismo em 15 de Agosto no Teatro Castro Alves. "Há gerações inteiras de mulheres que foram convencidas de mentiras". Numa conversa com os jornais, a escritora que é filiada no Partido Democrata e era apoiante de
Bernie Sanders, comenta os primeiros meses de governo Trump e critica parte da imprensa: “Detesto essa mobilização histérica dos jornalistas contra Trump. Principalmente dos jornalistas que vêm dos guetos da elite de Nova Iorque, Washington e Los Angeles". Critica a tecnologia que adormece a sensibilidade. "Os jovens tornam-se tão dependentes da comunicação textual e do correio electrónico que estão perdendo a linguagem do corpo. O olho sofre com anúncios piscando na rede e para se defender, o cérebro fecha avenidas inteiras de observação e intuição", afirmou. A professora da
University of the Arts de Filadélfia desde 1984 criticou duramente a cultura do politicamente correto, que teve um início muito positivo, mas que se transformou numa ditadura totalitária e burocrática, onde se desconsidera o humor, a ironia, a subversão da ordem. Defensora de uma educação superior pública e de qualidade, que não submeta o estudante às dívidas imensas antes mesmo da sua formação, criticou o pós-estruturalismo francês, na figura específica do teórico
Michel Foucault que, segundo ela, não respeitava a arte, a natureza e passa por cima do biológico, inclusive quando analisa a presença do feminino na obra de arte ao longo dos tempos.
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