Clube de Davos

No meio da exuberância das grandes bolsas globais e do alto património líquido global, John McDonnell, o porta-voz do Partido Trabalhista do Reino Unido sobre as finanças, foi ao Fórum Económico Mundial em Davos com uma mensagem desconfortável para a elite mundial. "Existe uma grande raiva fora do edifício que vocês precisam de reconhecer e lidar". Como relatou a Bloomberg, a maioria dos delegados em Davos adoptou um tom optimista reflectido na atitude dos principais banqueiros da JPMorgan Chase & Co e do Deutsche Bank AG. O aviso de McDonnell tem peso porque ele seria o ministro das finanças se o PT chegasse ao poder. "Há quase uma sensação de euforia,  o que é extraordinário. Acho que há também uma sensação de complacência. Além disso,  nós o vimos no relatório da Oxfam. Sinto que os mercados foram manipulados contra eles, não para eles. Quando eles dizem que estamos saindo dessa recessão e crescimento está retornando, essa gente  não sente que está participando dos benefícios desse crescimento", acrescentou. Segundo Pepe Escobar, colaborador do Asia Times, o tema de Davos deste ano foi o "dinamismo resiliente". A palavra certa seria dsigualdade. Um estudo divulgado pela UC Berkeley, a riqueza dos 1% americanos aumentou 11,6% em 2010, enquanto que para os outros 99% foi só 0,2%. "Davos deveria estar discutindo como um segmento chave de elites inventou o acidente financeiro provocado por Wall Street. Isso era apenas um negócio "virtual", mas não eram governos nacionais "virtuais" que tiveram de intervir depois para resgatar os bancos.