O pós-apocalíptico típico de
Rick Owens está ultrapassado neste outono-inverno 2019/20 apresentado na Semana de Moda de Paris. É como se a humanidade estivesse conseguindo se recuperar depois do caos e, sim, voltar ao glamour. Mas o glamour não é necessariamente hollywoodiano no caso do estilista, claro – vem com maquiagem alienígena-exótica de uma garota de 18 anos que ele descobriu no Instagram e com experimentações de modelagem que seguem desafiando as formas naturais do corpo. A fórmula dessa temporada soma as referências
Charles James (nome-chave da moda americana do século 20),
Mariano Fortuny (conhecido pelo trabalho primoroso em plissado mas que aqui aparece por causa das estampas) e
Larry LeGaspi (estilista que morreu em 2002 e segue obscuro mas que fez figurinos incríveis para Kiss, Funkadelic e Grace Jones; ele também inspirou o desfile masculino de Owens e é tema de um livro a ser lançado em gosto pela
Rizzoli com trechos do diário dele, entrevistas com pessoas que o conheceram e imagens. O resultado disso tudo, com ombros altos redondos, pelos reluzentes, bolsos volumosos (que valem por bolsas), drapeados intrincados-transpassados e assimetrias em moulage, soa ao mesmo tempo futurista e contemporâneo.
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