A lucidez do pessimismo

O jornalista João Miguel Tavares fez um oportuno, brilhante e bem esgalhado discurso no dia  10 de Junho. Hoje. Quase um manifesto contra os políticos que destruíram os sonhos dos portugueses. "Deem-nos alguma coisa em que se acreditar". Falou da corrupção ignorada como se fosse normal, da justiça, do poder das elites, da desesperança, da meritocracia, do jogo viciado, da total ausência de objectivos. "Precisamos de sentir que contamos para alguma coisa, além de pagar impostos. Advertiu ainda que a ausência de esperança e as desigualdades de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados. "Não interessa se somos de esquerda ou de direita, o que importa é a firmeza de carácter e a força de principios". Foi um discurso pessimista, mas com vários e óbvios recados bem direcionados.