Pedro Neves Marques é um artista visual e escritor, nascido em 1984 em Lisboa e radicado em Nova Iorque. Também faz filmes e vídeos tingidos de ameaças futuristas. Explora temas como as relações tensas dos investigadores biológicos entre si e com o mundo natural. As suas obras têm muito em comum com a ficção científica, mas acima de tudo são políticas. O que está em foco é a ecologia sob todos os pontos de vista. Representado pela Galeria Umberto di Marino de Nápoles, ganhou a última edição do Illy Present Future Award na Artissima 2018 e a sua metragens intitulada Art and Hurt (A arte faz mal à vista) foi premiada no DOC Lisboa em 2018. As obras de Pedro Neves Marques têm muito em comum com a ficção científica, mas acima de tudo são políticas. do illy Present Future. Segundo disse, numa entrevista, cresceu com a literatura de ficção científica. "A ficção científica, ou ficção especulativa, depende da construção do mundo, que simultaneamente está e não está conectada ao “mundo real”. Essa qualidade de construção do mundo é algo que me atrai muito". Sementes transgênicas, mosquitos geneticamente modificados e andróides são protagonistas na sua cosmogonia pós-natural. Fala da desumanização da terra e dos seus animais. "Eu cresci na literatura de ficção científica. A ficção científica, ou ficção especulativa, depende da construção do mundo, que simultaneamente está e não está conectada ao “mundo real”. Essa qualidade de construção do mundo é algo que me atrai muito. Ao mesmo tempo, porém, tento mantê-lo perto do presente, quase a ponto de disfarçar a ficção científica, e pode até passar despercebido a princípio. Com o meu último projeto, A Mordida, a ficção científica não é sequer fictícia: seus principais personagens - mosquitos geneticamente modificados - estão muito vivos, eles já existem", afirmou.
Num dos seus vídeos intitulado "Semente Exterminadora", uma planta androide reivindica direitos corporais conversando com um robô feminino, YWY. Sobre os direitos de inteligência artificial, uma pergunta que lhe fizeram, respondeu:" Como podemos imaginar mais facilmente os direitos da IA ou dos robôs do que os dos povos indígenas? Esse pensamento assusta-me".Há já uma década que Pedro Neves Marques tem desafiado oposições ontológicas - natureza / cultura, humana / não humana, orgânica / transgénica - num prolífico corpo de trabalho que engloba filmes, pesquisa e escrita. 'It Bites Back', que estreou no Gasworks, em Londres, é a sua primeira exposição individual no Reino Unido. A peça central do show foi a instalação A Mordida (The Bite, 2018), que reúne dois curtas-metragens, Sex as Care e The Gender of the Lab com uma instalação sonora multicanal da produtora musical HAUT. Os filmes, ambos ambientados no Brasil, criam um diálogo entre duas realidades carregadas: uma apresenta um laboratório no qual mosquitos machos transgênicos estão sendo criados para combater a epidemia do vírus Zika; o outro é uma série de encontros poliamorosos que exploram as intimidades diárias das vidas queer, atualmente ameaçadas pelo recém-eleito governo de Jair Bolsonaro.
Pedro Neves Marques aborda questões ligadas ao colonialismo, à economia neoliberal e à manipulação genética. Publicou um livro com o título de "Morrer na América" que inclui textos escritos entre 2013 e 2016.“Cheguei à América na semana em que a cidade de Nova Iorque foi atingida pelo furacão Sandy. A chuva fustigava a fachada das Nações Unidas e, com o frio, congelava como uma segunda pele sobre os vidros. Nas ruas, os movimentos sociais estavam em depressão; os activistas endividados, sem seguro de saúde, sem segurança social. No interior do país, o movimento libertário prometia uma insurreição, armas eram impressas em plástico transgénico e os ambientalistas eram criminalizados e perseguidos. Para lá dos milharais, mais a sul, no Golfo do México, um mar de petróleo exibia as mutações das espécies, a humana incluída". Vale a pena se aderir à ideia central “pensar a Tecnologia e a pobreza numa paisagem artificial”. Eu achei o livro interessante, mas não havia necessidade de complicar tanto a vida dos humanos. Se calhar, se calhar..as coisas não são dramáticas, são bem mais simples.
adios amigos
Há 9 anos
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