O último livro do escritor
Jonathan Lethem é uma sátira sobre o activismo ideológico em Nova Iorque. "
Dissident Gardens" abarca três gerações de radicais americanos. A primeira dos anos 50 que começa nas fileiras do irrelevante e minúsculo Partido Comunista, durante o macarthismo, a segunda
desenvolve-se nos anos 70 com aproximações à música folk e ao romantismo da insurreição sandinista que como todos sabemos acabou muito mal. Quanto à terceira remete para o movimento
Occupy Wall Street. Todos aquelas personagens acabam por viver uma tragicomédia com consequências desastrosas. No centro da trama encontra-se a matriarca
Rose, uma judia alemã e obstinada comunista, que evoca a avó de
Lethem. Depois da barbárie estalinista e de ter sido expulsa do PCA por ter traído o marido com um polícia negro de Brooklyn, continuou a acreditar. Confronta-se com a filha
Mirian, chegando a meter-lhe a cabeça no forno do fogão, que incorpora alguns dos ideais libertários da Nova Esquerda, evocando a mãe do escritor, uma activista e cantora folk que morreu quando ele tinha 13 anos.