A atitude de Vladimir Putin nas relações internacionais resume-se na sua famosa declaração de que a queda da União Soviética foi "a maior catástrofe geopolítica do século 20". Uma conclusão que, obviamente, não é compartilhada por dezenas de milhões de prisioneiros do Gulag nem dos povos da Europa Oriental sob o jugo soviético. Tal como no tempo do império, o calcanhar de Aquiles da Rússia é a economia que não tem condições para sustentar as ambições hegemónicas do Kremlin. A economia russa tornou-se num "capitalismo de compadrio". No índice da persepção da corrupção da ONG Transparency International (2013), a Rússia ocupa o 127º lugar num total de 177 países. Situa-se num nível comparável ao da Gâmbia e do Paquistão. As sanções impostas pelos Estados Unidos e os seus aliados na sequência da anexação da Crimeia e do apoio aos rebeldes pró-russos agravou ainda mais a economia do país. A fuga de capitais, estimada em 56.000 milhões de dólares em 2012 e 63 biliões em 2013 continua a acelerar. No primeiro semestre do ano, atingiu 75.000 milhões de dólares. O FMI prevê, que se a crise ucraniana persistir, venha a ultrapassar este ano os 100 biliões de dólares. Além da fuga de capitais e da queda do investimento estrangeiro na ordem dos 50%, o rublo desvalorizou. As autoridades russas aumentaram as taxas de juro, o que contribuiu para diminuir a actividade económica. O Ministério das Finanças já reconheceu que o crescimento para o ano inteiro pode ser zero devido aos distúrbios geopolíticos. Vladimir Putin tenta a todo custo repetir o jogo da Guerra Fria com os métodos aprendidos na KGB. Mas, com uma economia em crise, o destino da Rússia actual não será diferente do da sua "saudosa" União Soviética. É a economia, estúpido.
adios amigos
Há 9 anos
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