quinta-feira, 5 de março de 2015

Rappers poderosos

O rap deixou de ser uma expressão das subclasses económicas, tornando-se uma cultura reverenciada na civilização ocidental. Um sampler do álbum Once Upon a Time in Shaolin dos Wu-Tang Clan foi apresentado no PS1 de Nova Iorque para uma selecta audiência de jornalistas, artistas plásticos e profissionais da indústria da música. Alguns rappers, vindos dos gethos, chegam a ser tão ricos como os pintores cosagrados. O novo álbum dos Wu-Tang Clan, de que existe apenas uma cópia física, tem 31 faixas e duas horas de duração. Vem dentro de duas caixas de prata esculpidas manualmente por um artesão marroquino. Todas as versões digitais foram destruídas e vai ser leiloado, partindo da licitação de 5 milhões de dólares. Só daqui a 88 anos é que poderá entrar no mercado normal. Muitos fãs da banda consideram este projecto "reservado ás elites ricas" uma afronta. "As coisas só têm valor quando são raros", explicou RZA que se acha tão importante como Picasso. Jonathon Sturgeon, da revista Flavorwire, relatou num tom irritado o que se passou no museu de arte moderna: "Após uma breve introdução em que a curadora Jenny Schlenzka com um forte sotaque europeu se referiu a RZA mais de uma vez como Rizzor, um homem britânico vestido com um fato cor de vinho terno começou a gritar no microfone. Era um representante da Paddle8, a leiloeira online responsável pela venda do álbum, que ficaria para sempre ancorado no reino da arte".

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