segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Dave Hickey



É um dos críticos de arte mais fascinantes da América. Polémico e provocador fez um ataque feroz ao mundo actual da arte contemporânea. Afirmou que a crítica se tornou auto-referencial e refém dos coleccionadores ricos. Dave Hickey (1940), curador e professor universitário defendeu "reconsiderar o papel da beleza na arte" numa colecção de ensaios com o título de The Invisible Dragon. Foi articulista na Rollings Stone, Vanity Fair, Art News, Art Forum, New York Times, London Review of Books e em muitas outras prestigiadas publicações. Fez também um documentário sobre Andy Warhol. Voltei a ler dois dos seus livros e confesso que me fizeram muito bem ao espírito. "O mundo da arte adquiriu a mentalidade do turista. Até está nos negócios dos hedge funds. Há um conluio das galerias, coleccionadores, museus e curadores que impede um debate sério sobre o tema. Só lhes interessa manter o estatuto e a cotação dos artistas. Se vou a Londres todos querem falar sobre Damien Hirst. Não estou interessado. Prefiro Gary Hume. Já escrevi sobre ele algumas vezes", acrescentou. Amigo de David Bowie, Hunter Thompson, Ellsworth Kelly, Robert Mapppletorpe, Ed Ruska...foi considerado um enfant terrible da critica arte. É muito respeitado pela sua capacidade intelectual, lucidez e estilo literário. Deixou Nova Iorque e vive entre Las Vegas e Santa Fé. Publicado este pela University of Chicago Press, o livro 25 Women Artists inclui Joan Mitchel, Ronen Benglis, Bridget Riley, Sarah Charlesworth e outras mulheres. Mas contesta essa coisa da identidade feminina. "Acho que é uma palavra falsa. Não se pode expressar a identidade da língua, uma vez que o objecto de qualquer frase é subordinado ao predicado. Por alguma razão o qualificamos de assunto. Ao invés da identidade concordo com Lévi-Strauss. Ele disse que todas as teorias e argumentos harmonizam-se uns com os outros, mas não são idênticos"

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