A Documenta 14 abre hoje em Kassel, na Alemanha. E continua em Atenas. Com o título de "
Learning From Athens" tem como director artístico
Adam Szymczyk, juntamente com uma equipe de mais de uma dúzia de curadores, que optou por apostar num ponto de vista marcadamente "político". Embora a palavra "político" possa se referir praticamente a qualquer coisa ou a coisa nenhuma. Tornou-se uma moda, perdeu o conteúdo sobretudo no universo das artes. Para esta Documenta foi criado um foco específico: o local é o global. O mundo precisa ser de reconstruído inteiramente desde o início. Talvez não seja exactamente assim. Há a crise dos refugiados, é verdade. "Tudo é possível agora", esta afirmação vem de um vídeo do artista norueguês
Joar Nango que tem o titulo de
"European Everything" (2017). O movimento perpétuo do migrante e do nómada indígena é a base da utopia proposta. A economia deste mundo futuro não depende da moeda virtual, mas do comércio e da troca. Tudo consiste, no vídeo, em intervenções de contadores de histórias, escritores, cantores, DJs e compositores orientados para a ideia utópica de um potencial estado sem fronteiras. Na verdade, "
European Everything" retrata uma esperança porém construída a partir de materiais de sucata de Atenas e de noruegueses com peles e cobertos de knick-knacks. Pensemos em
Mad Max com menos assassinatos. Afinal, o vídeo descreve como, sem a necessidade de electricidade, "os frigoríficos serão pavimentos de dança". A Documenta aposta sempre no conceptual que não é o meu género favorito de fazer arte, mas esses trabalhos encontram-se dentro dos museus e nas salas de exposições. Aqui tudo acontece nas ruas, onde performances, esculturas e concertos continuarão até o final da Documenta em meados de ´Setembro.
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