domingo, 25 de dezembro de 2011

Véspera de Natal


Gosto de tomar um copo ao final da tarde no bar do Hotel Bairro Alto. Sento-me na mesa "comunitária" de desenho triangular e observo o fluir do movimento na Praça Luís de Camões onde agora as árvores de luzinhas evocavam a quadra natalícia. Gosto de falar com o Rui, um bartender brasileiro que trabalha ali há uns anos. Depois vão aparecendo pessoas, umas conhecidas e outras não. Estabelece-se um convívio cosmopolita que me transporta para outras cidades, em especial Nova Iorque. Ontem, depois de quase duas horas de conversa com um publicitário e uma DJ trintona muito fixada na música world e com sonhos de atingir o sucesso em Istanbul, surgiu um engenheiro francês desgarrado que, por detestar essas coisas de natais em família, veio passar dois dias a Lisboa, lugar que desconhecia. Crise europeia, juventude formatada no estilo e na maneira de se comportar, promessas de nunca baixar os braços, ambientes artísticos, foram os assuntos dominantes antes da minha consoada. Só espero que o francês tenho conseguido jantar, andavam montes de estrangeiros desesperados nas ruas da Baixa à busca de um restaurante. Tudo fechado. É irracional, não é?

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