sexta-feira, 31 de maio de 2013

Stanford White

Nos finais do século XIX havia três símbolos de Nova Iorque. A estátua da Liberdade, a ponte de Brooklyn e o Madison Square Garden que foi concebido pelo arquitecto Stanford White. No dia 16 de Junho de 1820 reuniram-se 17 mil pessoas para ouvir a Orquestra de Viena, dirigida por Eduardo Strauss, que actuou na faustosa inauguração da obra. Educado num profundo respeito pelas normas e soluções clássicas, Stanford White tinha estudado na Europa e era um conhecedor do Renascimento. A sua ascensão foi meteórica. Casado, com filhos, usufruía de uma elevada posição social. Homem exuberante e atraente, frequentador de bacanais e de prostitutas, envolveu-se com uma corista de 16 anos que fazia uns papéis secundários na Broadway. A bela Evelyn Nesbit tornou-se a amante do arquitecto. Entretanto entrou em cena Harry Kendall Taw, herdeiro de uma fortuna  de 40 milhões em acções do caminho-de-ferro da Pensilvânia, que tinha uma verdadeira obsessão pela jovem chegando mesmo a propor-lhe casamento. O delírio da cocaína levou-o a um gesto tresloucado. Na noite de 25 de Junho de 1906 cruzou-se com Stanford White num restaurante e, sem dizer uma palavra, deu-lhe três tiros de revólver. O arquitecto caiu sobre a mesa sem sequer chegar a conhecer o seu assassino. O escultor Saint Gaudens comentou assim o caso: "Um idiota que dispara sobre um homem de génio por uma mulher com cara de anjo e coração de serpente". O Madison Square Garden já não é o mesmo que existe hoje. Foi deitado abaixo em 1925 e substituído por um outro que também desapareceu, dando lugar ao actual. Um crítico do New York Times na época insurgiu-se contra a demolição dos belos edifícios devido à cobiça dos agentes imobiliários. A cidade vive em permanente mudança. É a sua natureza.  

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