terça-feira, 21 de maio de 2013

Nazi encapotado?

Durante décadas Joseph Beuys foi glorificado como uma das figuras mais influentes da vanguarda germânica. Mas agora surgiu uma nova biografia onde Peter Hans Riegel garante que o artista, além de ser "um mentiroso em série" nunca se libertou da ideologia nazi professada na juventude. Aponta factos, ligações e atitudes que sustentam esta tese. Nascido em 1921 oriundo de uma família burguesa e católica, Beuys criou um tipo de arte com uma acentuada marca provocatória. Encenou performances onde falou com lebres, dissecou cadáveres, quebrou pianos e enrolou-se em panos como se fosse uma múmia viva. Plantou 7000 árvores de carvalho em Kassel, o que causou alguma polémica. O autor do livro, que foi assistente de Jorg Immendorff e conheceu Beuys, afirma que o mito encobria uma pessoa bastante reaccionária e até perigosa que estava obcecado com as teorias raciais de Rudolf Steiner, o fundador da antroposofia que suporta a pedagogia Walforf. E acreditava que o povo alemão tinha uma missão especial a cumprir. Ainda muito jovem ofereceu-se para fazer o serviço militar, pois achava o pacifismo uma cobardia.Tinha como patrono Karl Stroler, um empresário e coleccionador, que veio-se a descobrir doou grandes somas de dinheiro ao Partido de Hitler. Quanto à veracidade disto tudo, não sei. Mas também ficaria não me surpreende. O certo é que ele formulou um conceito ético de arte seguindo o rasto do romantismo alemão. Konzertflugeljom (1969).    

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