Cat Power

Escola da vida

O escritor suíço Alain de Botton dedicou os últimos 20 anos à tarefa de transmitir a sua filosofia de vida através dos livros e ensaios que foi publicando. Em 2008 fundou School of Life onde partilhava as suas ideias inovadoras. Somos bombardeados com o que deve e não deve fazer, dizer ou até comer e ele não concorda com este conceito. Botton acha que todas as pessoas têm direito a descobrir a sabedoria de viver com a ajuda da cultura.

Romy Schneider

Em Washington

Manuel Valls

Manuel Valls de visita aos Estados Unidos deixou os americanos bem impressionados. A sua firmeza contra o radicalismo islâmico caiu bem e a imprensa não lhe poupou elogios. Jim Hoogland, editor do Washinghton Post, disse que o ministro francês lhe lembrava Tony Blair. "Tem a mesma determinação, a mesma energia e a mesma procura de consenso com o centro do antigo primeiro-ministro do Reino Unido". Nascido em Barcelona, filho de emigrantes espanhóis, Valls atinge o nas nas sondagens. Há quem diga que poderá ser o próximo presidente de França. "Devemos partilhar as análises e encontrar os meios para combater os processos de radicalismo", disse.  

James Franco

O actor americano James Franco protagoniza a campanha do aviador Black Bamboo, o novo modelo de óculos da Gucci. É também o rosto do perfume masculino desta marca italiana. A dupla de fotógrafos Mert & Marcus clicou a cores e a preto e branco.

Punk prayer

Um filme minimalista sobre as activistas da banda Pussy Riots que se encontram presas. A Rússia é um lugar perigoso.

Wired magazine

In his very first editor's letter, Louis Rossetto wrote, “There are a lot of magazines about technology. WIRED is not one of them. WIRED is about the most powerful people on the planet today: the Digital Generation.” On this, our 20th anniversary, the time has come to reflect on this generation of leaders, thinkers, and makers. These people, their companies, and their ideas have shaped the future we live in today. Below, we've gathered stories for, by, and about the people who have shaped the planet's past 20 years—and will continue driving the next.

Economia global

Marc Faber : "I think that for now, the US is still the dominant financial market and the dominant financial power. I think we have numerous problems in China, and I personally pay more attention to what is happening in China and in other emerging economies than to what Mr. Bernanke is saying".

Jim Rogers : "...I don’t trust numbers from any government, as most are made up, as you probably know. China has had astonishing growth, but they have problems with housing and inflation. We had the same problems in the 19th century when we were growing rapidly. Every country that rises rapidly has problems. China can see a recession, but the US saw recessions and 13 depressions in the 19th century, and was still the greatest nation in the 20th century. They are trying to slow down, which is the right thing to do. It’s natural they slow down from these growth rates. They are preparing the economy for long term sustainable growth..."

Nouriel Roubini: "We are concerned about base metals, because the slowdown of China may end up a hard landing, which implies that demand for things like copper and others could really sink. In the case of oil, we think the market can go slightly lower, say, toward $90 a barrel, but it’s probably not going much lower than $90, and $100 to $110 maximum; that’s the range for oil. Because demand is growing less and supply is increasing, you might have some softness in oil prices. But then there also is geopolitical risk. If there is a war between Israel and Iran, that could lead to an increase in the sale premium..."

Agressão em Kiev

Viktor Sviatski, um dos membros do movimento feminista que luta contra os regimes autoritários, foi barbaramente agredido na capital da Ucrânia pelas forças especiais. Foi conduzido numa ambulância ao hospital com uma fractura do maxilar inferior e os dentes quebrados. Anna Goutsol, em nome da organização, denunciou "esta tentativa de intimidação por parte das autoridades" para dissuadir os activistas de se manifestarem durante a visita de Vladimir Putin a Kiev que ocorreu no sábado. Acrescentou ainda que temem pelas suas vidas, pois os "estados bandidos e as ditaduras herdeiras da escola soviética são capazes de tudo"

Vergonhoso

A Europa está a arder e as comadres cá do burgo andam a discutir se uma ministra com cara de sonsa mentiu sobra as swaps, quando não é isso que está em causa. Por favor façam-me desaparecer aquele parlamento integral nem que seja à bomba. Nunca vi tanto nabice saloia e mau carácter juntos. Só num país de terceiro mundo é que há deputadas do calibre das atrizecas de meia-tigela Inês Medeiros e Catarina Martins. Já para não falar de outras desgraças.

Espanha tramada

Segundo Ambrose Evans-Pritchard, jornalista do Telegraph , a "credibilidade financeira de Espanha é nula". A credibilidade política e fiscal também valem zero. O país não pode sair do euro e o custo de um resgate abrangente pelos seus parceiros europeus é tão elevado que se torna impossível. Por outro lado, os juros da dívida a 10 anos já ultrapassaram alegremente a barreira dos 7,5%, o que a longo prazo é insustentável. Há ainda aqueles produtos financeiros vendidos a pessoas que vão perder as suas poupanças. Conta-se já um milhão nessas condições. "As acções preferenciais são um produto financeiro emitido por um banco estrangeiro em sistema de perpetuidade e colocadas no mercado pelos bancos espanhóis que estão praticamente todos envolvidos nesta prática que leva à ruína os incautos clientes. As economias são depositados num activo em troca de um suposto lucro de 3 ou 4%. Este depósito é feito para a vida, sem qualquer garantia de retorno", afirma o jornalista britânico.

Grécia sem FMI

De acordo com o jornal alemão Der Spiegel, o Fundo Monetário Internacional não vai participar no no apoio adicional à Grécia. Sabe-se que o FMI, sob várias pressões, tem criticado a política da União Europeia. Confirmou-se esta semana com a carta de renúncia dirigida ao conselho de Peter Doyle, um dos economistas britânicos dos FMI. Muitos países europeus têm condicionado a sua participação no resgate da Grécia, desde que contassem com a participação e fiscalização do FMI. Isto não augura nada de bom para as próximas semanas. Não acredito que esses países relutantes estejam dispostos a pagar as dezenas de biliões que vão faltar em Setembro. Mas os tontos encartados portugueses que andam pelas televisões não falam disto.

China caloteira

A China deixou de pagar aos estúdios de Hollywood a sua parte das receitas locais dos filmes, segundo reporta a imprensa especializada americana. Os atrasados somam várias dezenas de milhões de dólares e as seis majors- Disney, Universal, Paramount, Fox e Sony-estão consternadas. Os cálculos da revista The Hollywood Reporter apontam para uma dívida, através da Chine Film Group, na ordem dos 31 milhões à Warner respeitante ao Man of Steel e mais de 23 milhões à Fox pelo Skyfall.  Nem com agentes secretos lá vão. Os pagamentos cessaram quando os estúdios se manifestaram contra a introdução pelas autoridades chinesas de uma taxa de 2% sobre os benefícios.

Max Fish

   

Quando o bar Max Fish abriu em 1988 na Ludlow Street, a rua estava infestada de drogas e o bairro de rendas baixas era habitado por artistas, músicos e hispânicos. Ninguém tinha previsto que 25 anos mais tarde seriam afastados dali. Frequentado por Jim Jarmush, Johnny Depp, James Gandolfini, Matt Dillon e outras celebridades ficava no Lower East Side, um bairro na época assustador. Ulli Rimkus, o dono, tratava todos os clientes da mesma forma, sempre com a máxima cordialidade. Os artistas plásticos Tom Otterness, Kiki Smith, Charlie and John Ahearn, Jane Dickson e os membros do grupo Colab faziam parte da "família" do Max Fish. Na porta ao lado abriu a Aaron Rose's Alleged Gallery, onde os agora famosos street artists como Shepard Fairey, Chris Johanson e Thomas Campbell fizeram a sua primeira exposições. Carlo McCormick, critico de e editor da revista Paper, foi porteiro daquele arty bar que fechou ontem à noite.

The Fifth Estate

Benedict Cumberbatch surge com o cabelo prateado e sotaque australiano no filme The Fifth Estate, dirigido pelo cineasta Bill Condon, onde encarna a polémica figura de Julian Assange que considero um indivíduo detestável. O filme centra-se na complicada relação do fundador da Wikileaks com o seu colega e opositor Daniel Domscheit-Berg.

Miguel

Miguel, o genial músico que mistura soul com funky, hip-hop e R&B, escreveu no twitter: "Im proud of my heritage but honestly, black people are the most judgmental people in the world. Shits sad man". Filho de pai mexicano e mãe afro-americana, sabe do que fala.

Rita Ora

A cantora e compositora Rita Ora, nascida em 1990 no Kosovo e naturalizada britânica, é o rosto da campanha de DKNY. Fotografada no meio do tráfego de Times Square com os icónicos táxis amarelos inseridos no plano, mostra a colecção de 2014 onde o negro predomina da criadora nova-iorquina Donna Karan.

Handsome Manitoba

Hoje às 22 e 30. Concerto dos The Dictators em Nova Iorque. Se lá estivesse não perdia a oportunidade de rever a banda e sobretudo o fabuloso Handsome Dick Manitoba que fundou com o baixista dos MC5 Michael Davies uma organização com o nome de Music is Revolution que apoia o estudo da música nas escolas dos bairros pobres de Nova Iorque. Nascido em 1954 no Bronx, corpo coberto de tatuagens e cara de rufia, distingue-se na multidão. Tem uma linguagem corporal que não comporta quaisquer planos. Exala uma espécie de loucura.  

Dictators

Leon Ferrari (1920-2013)

Morreu o polémico artista argentino Leon Ferrari que misturava símbolos do poderio militar americano com cenas do imaginário católico. Tinha um enorme desprezo pelos líderes religiosos, tendo mesmo sido acusado de blasfémia pelo cardeal Jorge Maria Bergoglia, o actual Papa Francisco, devido à exposição onde havia uma imagem representando a Virgem Maria numa liquidificadora. Fundou o clube dos ímpios, ateus, blasfemos, agnósticos, infiéis e etc. Perseguido pela ditadura militar, que lhe sequestrou o filho Ariel, refugiou-se no Brasil. Era uma artista conceptual com uma veia expressiva muito contundente. Irritou os poderosos, o que me parece saudável.

Irmãos Chapman

A dupla britânica Jake & Dinos Chapman apresenta na galeria White Cube de Hong Kong uma exposição com o título de The Sum of All Devil que explora alguns estereótipos iconográficos, tendo em conta o peso cultural e o significado de vários objectos e imagens. Conhecidos pelo humor, os irmãos Chapman misturam símbolos da cultura popular com técnicas tradicionais da pintura.

Frank Sinatra

Bancarrota Detroit

"...Paul Krugman hopes that the debate over Detroit’s bankruptcy doesn’t go the way of the debate over the collapse of Greece. Huge budget deficits, he argues, were only part of Greece’s problem and pension woes are a mere part of Detroit’s problem. That may well be true. But Krugman does himself a disservice by suggesting that Detroit was primarily the “innocent victim of market forces.” The main market force he’s referring to, I have to guess, is the decades-long slide in GM’s market share. You’d be hard pressed to say that Detroit’s city government was caught off guard by the trend...."(Calleb O`Brown). A propósito do artigo de Paul Krugman publicado no New York Times onde afirma não haver implicações políticas na falência de Detroit. "Há pessoas influentes que atribuem acredite que a morte de Detroit a uma questão de irresponsabilidade fiscal e aos funcionários públicos gananciosos. Não é. É apenas uma daquelas coisas que acontecem actualmente nas economia em constante mudança". A maioria esmagadora dos economistas discorda do Nobel. É o caso de Walter Oslon que fala do desperdício de enormes quantidades de dinheiro obtido da ajuda federal. "O anterior mayor Kawane Kipatrick foi preso devido a vários escândalos, incluindo o crime de extorsão. Em 2009 cinco funcionários responsáveis pelos pelouros da educação desviaram dezenas de milhões de dólares dos fundos escolares. Foram condenados por corrupção. Claro que se devem extrair lições políticas desta falência". (Nas fotos vemos o Cadillac Hotel e a morada original da Motown)

Marina again

De novo na ribalta. Marina Abramovic, a artista de performance, não precisa de dinheiro. Já foi Jay Z e agora vai ser Lady Gaga, chamando assim a atenção dos media e dos fãs para despoletar reacções.

Política e sexo

Valerie Trierweiler, que não é flor que se cheire, foi processada por utilizar indevidamente dinheiros públicos. Xavier Kemlin, dono de uma cadeia de supermercados, numa segunda denúncia já que a primeira tinha sido indeferida pelo Ministério Público, acusa-a de ocupar cargos no Eliseu, contratar pessoal pago com dinheiro público sem ter nenhuma autoridade legal para o fazer visto que as suas actividades são pouco claras. Acusa ainda a jornalista de esconder um desfalque. "Numa época em que nos pedem transparência total, também se exige que isso suceda a todos os níveis do Estado", sublinha.  Depois há ainda o livro La Frondeuse escrito por Christophe Jakubysyn que expôs a vida íntima da senhora, revelando que ela dormia regularmente com François Hollande, o futuro presidente socialista, e ao mesmo tempo com o ex-ministro conservador Patrick Devedjian. Como este se recusou a deixar a esposa, Valerie Trierweiler decidiu ficar com o François Hollande que ainda vivia com Segoléne Royal. "Ambos os políticos sabiam que estavam compartilhando a jornalista da revista Paris Match", garante o autor da obra sobre a primeira-dama que o processou por difamação mas acabou por retirar a queixa. Os movimentos feministas franceses não se pronunciaram sobre o assunto.

Ron Paul

"..The US government has built the largest and most sophisticated spying apparatus in the history of the world. Rep. Amash’s amendment was an important move to at least bring attention to what the US intelligence community has become: an incredibly powerful conglomeration of secret government agencies that seem to view Americans as the real threat" (Ron Paul).

Bodyscapes

Paisagens surrealistas compostas inteiramente por corpos humanos. Carl Warner traz-nos de volta aos dias de pré-Photoshop, quando bastava uma câmara e alguma imaginação para produzir imagens impressionantes. Nesta série com o título de Bodyscapes, o fotógrafo diz ter-se inspirado em Salvador Dali.

Marilyn Monroe

Há uma inflação de fotografias desta actriz americana que adquiriu um estatuto mitológico. Quando as coisas se tornam difundidas até ao ponto da saturação evito falar delas. Marilyn não me toca nem como beleza nem como actriz. Mas gosto desta imagem. Uma mulher vestida de rosa com um colar de pérolas de sete voltas a morder com raiva uma falsa rosa.

Bule agrilhoado

Ainda que não pareça esta "coisa" aberrante apresenta-se como um bule. Pelo menos, o designer Nicholas Homoky, o seu criador, atribuiu-lhe essa função.

Young Culture

O fotógrafo britânico Derek Ridgers publicou When We Were Young 2004. Uma edição de 1000 exemplares que se esgotou rapidamente. Por acaso tive a sorte de comprar em Londres este livro que documenta a cultura jovem dos clubes. Uma fauna extravagante de new romantics, skinheads, góticos que documenta a época entre 1978-1982.

Alexander McQueen

A modelo britânica Edie Campbell, fotografada por David Sims, é o rosto da campanha da marca Alexander McQueen. A colecção vagamente clerical é muito trabalhada.

Contra a legalização

Nos Estados Unidos os activistas que lutam para legalizar a marijuana têm pela frente um adversário improvável. Trata-se dos que ganham biliões de dólares na indústria da canabis para fins medicinais  e que tentam manter a concorrência fora de jogo. Este sector juntam-se vários aliados, desde os que defendem o cumprimento da lei, os conservadores sociais, as farmácias e até os médicos que passam receitas.

Casinha

O arquitecto italiano Renzo Piano, que já projectou arranha-céus em Londres e Nova Iorque, concebeu uma minúscula casa a que chamou de Diogene, em homenagem ao filósofo grego Diógenes de Sinope que decidiu abandonar a sociedade e o luxo. A casa, que custa 17.000 euros, tem apenas 2,5 por 3 metros. Dispõe de uma sala com sofá cama, mesa desdobrável, cadeiras e uma zona de arrumação. Na traseira fica a cozinha com fogão eléctrico, um frigorífico-bar, chuveiro e retrete.

Economistas

Há grandes rivalidades entre os economistas americanos. Uns foram distinguidos com o Nobel e outros gostariam de ter esse prémio mas fingem que não. Alguns deles até podem ser melhores do que os laureados, pois como se sabe tudo depende dos lobies. Peter Schiff, administrador da empresa gestora de dinheiro Euro Pacific Capital numa conferência ridicularizou Chris Sims e Tom Sargent, os laureados de 2011, remetendo-os para o grupo dos académicos incompetentes que vivem fechados na sua torre de marfim a "brincar com os seus modelos matemáticos irrelevantes". Uma classe em que os investidores pouco acreditam, pois preferem os chamados "streets smarts" mais identificados com a gente comum. Curiosamente, os tais académicos aplicam a Peter Schiff  o depreciativo termo de "econotroll". Muito divertido.    

Oh tempora, oh mores!

«O [então] ministro da Economia avançou com a declaração de incumprimento definitivo do contrato de contrapartidas dos torpedos para os submarinos [a aquisição dos 24 torpedos aos italianos da Whitehead Alenia Sistema Subacquei foi adjudicada por Paulo Portas em Fevereiro de 2005, quando era ministro da Defesa mas numa altura em que o Governo já estava em gestão]. A decisão de Álvaro Santos Pereira foi comunicada à Direcção-Geral das Actividades Económicas, depois de o [então] ministro constatar que, quando faltam apenas seis meses para terminar o contrato de 46,2 milhões de euros, não há projectos executados. Como actual coordenador da política económica, Portas tutela agora as contrapartidas militares.» Ficam em boas mãos. (João Gonçalves, Portugal dos Pequeninos) Pois estão. Dlim Dlão, Dlim Dlão. São sempre os mesmos actores do "sistema" a cantar de galo. A panelinha do costume. Álvaro Santos Pereira não pertencia a este filme, está mais do que provado.

Oh, Francisco!

Sempre gostei de ser desmancha-prazeres. Confesso que não simpatizo com o papa Francisco. Acho-o um grande populista, à boa maneira latino-americana. Demasiado folclore: a humildade, a proximidade dos fiéis, o discurso... Com que então "a fé é revolucionária?"