"Considero a noção de beleza completamente falsa. Recuso-me absolutamente a concordar com essa ideia de que há pessoas e objectos feios", disse
Jean Dubuffet. Dotado de uma mente única, excêntrica e rebelde, abandonou a escola de arte desiludido com o ensino académico e o ónus das tradições culturais. Embora tivesse um estúdio no seu depósito de vinhos em Le Havre, foi só com 41 anos que decidiu dedicar-se à vida artística. Nesse ano, em 1942, comprometeu-se a fazer arte que apreciasse a criatividade desinibida das crianças, dos doentes pacientes psiquiátricos e daqueles que inconscientemente desafiaram os costumes restritivos da sociedade e da cultura. Chamou
Art Brut a esse trabalho. Nas suas primeiras pinturas usava materiais grosseiros, como lama, grama, areia e carvão, muitas vezes transformando cenas comuns em mundos fantásticos habitados por supostas "marionetas do campo", animais solitários ou vagabundos. Nos anos 50, a estética gestual infantil de Dubuffet (apesar de odiar esse termo) já continha elementos de graffiti. Teve exposições no Guggenheim, Tate Gallery e Stejdelijk Museum, entre outros museus de topo, sendo reconhecido como um dos artistas mais característicos do século XX. Influenciou uma grande quantidade de artistas. Desde Keith Haring a Basquiat. Sempre condenou a intelectualização da arte e da cultura.
Jean Dubuffet: Théâtres de Mémoire é a exposição que a Pace Gallery apresenta em Londres até 21 de Outubro.
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