Contrariamente ao que afirma "
Le Monde", a esquerda dos países ocidentais é atravessada pelos debates violentos em torno do Islão e do multi-culturalismo. Na edição de 18 de Novembro, o suplemento
Ideias do Mundo, reportou a violenta disputa da media ideológica entre
Charlie Hebdo e a
Mediapart. Uma clivagem que o jornal designa como "uma guerra francesa da esquerda". O jornal referiu as teorias do historiador
Sudhir Hazareesingh que considera os pensadores franceses "cada vez mais em declínio, auto-absorvidos, irracionais, neuróticos e alérgicos à diferença". Assegura que esse confronto entre a esquerda e a esquerda multi-cultural seja "um pouco desanimador", uma coisa típica francesa. No Reino Unido existe "um multi-culturalismo de facto que não é contestado pela direita ou a esquerda e não há a tentação de demonizar abertamente essa minoria. Hazareesingh dificilmente reconhece que alguns à esquerda estão "um pouco perdidos " como
Tariq Ramadan na França e no seu país. "Muitos vivem com a ilusão de que a integração das minorias étnicas terá o mesmo destino que a coexistência pacífica dos grupos religiosos na Holanda", afirmou o sociólogo
Paul Scheffer que é membro do Partido Trabalhista Holandês. Na Dinamarca, a esquerda é atravessada por novas divisões, especialmente após o caso das caricaturas de Muhammad. O autarca
Thomas Gyldal Petersen, social-democrata e ex sindicalista, acredita que controlar a imigração é a melhor forma de reconquistar os eleitores e evitar que municípios como os seus se tornem guetos. O democrata americano
Mark Lilla, professor da Universidade de Columbia, escreveu um panfleto intitulado
The Once and Future Liberal, criticando o "fanatismo identidade", enquanto defesa das minorias étnicas e sexuais, e ter esquecido o bem comum. "Cidadania envolve direitos mas também deveres que mantêm um país unido",sublinhou. Em 1998, o falecido filósofo
Ricard Rorty criticou sobre o "radicalismo cultural" do campus universitário americano.
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