Varoufakis

Yanis Varoufakis fez uma palestra sobre a globalização versus internacionalização no Royal Festival Hall de Londres num cenário onde se destacavam imagens dos artistas Andreas Gursky e Danae Stratou. "Sim, uma imagem tem mil palavras, mas as palavras liberam o olho da nossa mente para que possa dar sentido a imagens incompreensíveis. A globalização é uma palavra assim - uma palavra repleta de aspirações passadas da humanidade e das nossas provações e tribulações actuais. Palavras e imagens, imagens e palavras devem tornar-se co-conspiradores na nossa rebelião contra a Aliança Profana da Banalidade, da Opressão e da Ignorância.. Há más notícias; há notícias piores; e há esperança. A má notícia é que a globalização triunfou. A pior notícia é que está em retirada - embora não da maneira que aqueles de nós que se opuseram à sua marcha triunfante possam celebrar. E, finalmente, há esperança - esperança de que não é uma alternativa à destruição tanto da globalização e ao provincianismo que agora está superando a obra de globalização na América do Trump, no Brexit da Grã-Bretanha, na verdade, em todos os lugares...." O ex-ministro das Finanças da Grécia que não se conformou com as cedências do país à UE, refere o internacionalismo, "esse velho amigo de uma era passada que caiu no esquecimento quando a Esquerda se desmoronou no final dos anos 80, sobrecarregada por nossa própria loucura". E acrescenta que essa derrota permitiu que a ideia de um mundo cosmopolita sem fronteiras fosse substituída pela "visão distópica de um planeta em que o dinheiro digital e os contentores recheados com nossos artefactos se moviam sem obstáculos e a velocidades incríveis enquanto, ao mesmo tempo, as pessoas eram cercadas - cercadas por um novo tipo de muralha impenetrável, brutal, inflexível e assassina".
Bem...o discurso de Varoufakis está bem fundamentado. Concordo, em grande parte com as suas formulações. É o discurso de um verdadeiro intelectual, embora com as suas discutíveis ambições de protagonismo. Longe da patética e foleira mediocridade das Catarinas Martins e dos Iglesias do Podemos (o único intelectual do grupelho é Inigo Errejon ). Já agora, Errejon devia desvincular-se do Podemos e juntar-se ao DIEM25 como fez o português Rui Tavares.