sexta-feira, 13 de abril de 2018

Rashid Johnson

A Lismore Castle Arts da Irlanda vai apresentar entre 15 de Abril e 14 de Outubro, uma exposição do artista americano Rashid Johnson com o título de No More Water, abrangendo peças de grande formato em papel, duas obras cinematográficas e várias novas esculturas feitas para os jardins. Inspirado por uma infância com influências  afro-americanas, as suas obras envolvem uma conversa entre a biografia pessoal e a sua relação com narrativas culturais e históricas. Cria sobretudo esculturas mistas, pinturas e desenhos, combinando materiais como espelho, madeira e manteiga de karité com objetos icónicos, desde capas de discos, rádios, livros históricos e objectos domésticos comuns. Os novos desenhos, os maiores até hoje, exploram o tema da ansiedade. O movimento frenético da sua mão enfatiza a ansiedade dos personagens retratados. Os olhos rapidamente desenhados em espirais, as bocas em zigue-zague, reflectem "uma resposta ao actual clima social e político global". A exposição é cedida e apoiada pela galeria Hauser & Wirth de Nova Iorque que o representa.
Considero Rashid Johnson (Chicago, 1977) um dos mais relevantes artistas contemporâneos. Tenho acompanhado a sua carreira que alcançou uma enorme e merecida projecção nos últimos dez anos.  Identidade racial e misticismo marcam uma prática artística que começou na expressão da fotografia conceitual. Neste contexto participou no grupo Freestyle do Studio Harlem. Desde então, expôs na Bienal de Veneza e em vários museus. Recentemente lançou Ashton Sanders (o actor adolescente no premiado Moonlight ) na sua primeiro longa-metragem que é uma adaptação do livro Native Son do escritor Richard Wright. "A melhor arte tem algo a dizer sobre as questões maiores da vida. Vida, morte, sexo, impostos, raça, género. No meu trabalho nunca recorro a metáforas. Eu permito que as pessoas participem e se sintam confortáveis. Enquanto fazia aqueles rostos rabiscados via-me refletido neles". Algumas das suas peças combinam aspectos da obra de Richard Prince de Julian Schnabel com um sentido de urgência muito próprio.

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