Feministas contra Pesce

Uma gigantesca escultura ao ar livre criada por Gaetano Pesce para criticar a violência contra as mulheres enfureceu os manifestantes italianos em Milão, que dizem que na verdade perpetua a violência contra as mulheres. No domingo, a inauguração de Milan Design Week teve um começo difícil, quando as feministas italianas foram à Piazza del Duomo para protestar contra uma escultura monumental em homenagem em forma da famosa Up poltrona do arquitecto e designer Caetano Pesce. A instalação de 26 metros de altura, chamada  Maestà Sofferente (Sofrendo a Majestade), assemelha-se a um torso feminino crucificado por flechas e acorrentado a uma bola. Para efeito adicional, o arquiteto incluiu seis bustos gigantes de poliestireno de animais selvagens para significar a crueldade humana.No final da cerimônia de inauguração, o grupo feminista italiano Non Una Di Meno encenou um protesto em frente ao trabalho com placas que diziam “Ceci n'est pas une femme” - textos frequentemente usados ​​em manifestações as Guerrilla Girls. Os cartazes também continham estatísticas revelando que uma mulher italiana é morta a cada 72 horas e que 1 em cada 3 mulheres adultas sofreu alguma forma de abuso físico ou sexual. O grupo divulgou mais tarde um comunicado em sua página no Facebook , escrevendo: “Uma mulher é, pela enésima vez representada como um corpo inerte e vítima, sem nunca questionar o ator da violência”.
A criação da poltrona original de Pesce não ocorreu sem mais nem menos.. Ele fabricou a peça em 1969, no mesmo ano em que o artista pop britânico Allen Jones criou sua série de cadeiras que mostram mulheres usando roupas fetiche retratadas como objetos. Décadas depois, o artista e provocador norueguês Bjarne Melgaard desencadeou uma tempestade de críticas quando em 2014  fotografou a socialite russa Dasha Zhukova sentada num manequim quase nu de uma mulher negra. Uma homenagem aos originais de Jones, Melgaard lançou uma coleção de cadeiras e mesas semelhantes construídas com corpos femininos.