sábado, 20 de julho de 2019

Roger Ballen: genial

Até 8 de Setembro, o artista Roger Ballen tem uma exposição na Fundazione Sozanni, em Milão, com o título  The Body, the Mind, the Space. É um fotógrafo genial.A mostra inclui 50 fotografias da década de 1970 até o presente, um vídeo e uma instalação. Rogen Ballen é um dos fotógrafos contemporâneos mais relevantes e originais, que revela o invisível com imagens muitas vezes perturbadoras, suspensas num espaço entre pintura, desenho, instalação e fotografia. Ballen cria trabalhos fotográficos que fazem fronteira entre a realidade e a imaginação. “Realidade é uma palavra que não tem significado para mim. É insondável. Eu prefiro expressar o enigma deste mundo ao invés de reflectir sobre a sua natureza fundamenta", diz o artista no comunicado de imprensa
O artista criou e orquestrou um mundo de imagens ao longo dos anos, numa casa nos subúrbios de Joanesburgo, na África do Sul. Um dos seus projectos mais icónicos é Asylum of Birds que reúnes fotos a preto e branco encenadas, uma espécie de teatro do absurdo muito perturbante.  Roger Ballen  é um dos criadores de imagem mais originais do século XXI. As suas imagens situam-se entre a natureza morta e o retrato. São ricamente cobertas de grafites, desenhos, animais e objectos encontrados. Depois de 50 anos a produzir obras-primas, Roger Ballen é um mestre da fotografia. Os últimos anos foram de grande importância para o artista nascido nos EUA em 1950, mas que trabalha e vive na África do Sul, tendo mesmo conquistado a sua própria ala no Zeitz Museum of Contemporary African Art, na Cidade do Cabo, depois de a Fundação Roger Ballen contribuir com a maior doação financeira que a nova instituição alguma vez recebera. Além da fotografia, realizou videoclips para os Die Antwoord, bem como as suas próprias curtas-metragens.
 Em Ballenesque, o seu livro de retrospectiva, que foi lançado pela Thames e Hudson, conta com um ensaio do historiador e crítico cultural Robert J.C. Young que começa por definir a qualidade hipnótica e "instantaneamente reconhecível" das imagens de Ballen, definidas como "montagens aleatórias", "paredes sem janelas" e "junções sombrias de disjunção". O resto do livro é uma visita guiada ao trabalho de Ballen, com 50 páginas das anedotas do artista, autobiografia, pensamentos sobre técnica e filosofia. Tudo começa com retratos de família desfocados que Ballen tirou com uma câmara Mamiya que comprou quando tinha 13 anos. Partilha mesmo a primeira foto sua de que realmente gostou, uma imagem de um gato morto na beira da estrada. Com o tempo, tornou-se um documentarista da contra-cultura dos anos 60 e 70, fotografando desde manifestantes contra a Guerra do Vietname, a nudistas de Woodstock. Muitas fotos da sua carreira desse período aparecem pela primeira vez nas páginas de Ballenesque. Em 1979, Ballen começou a viajar pelo mundo, mas também a recolher imagens de rapazes de Nova Iorque e Indonésia, que depois integrariam a série Boyhood.

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