Shirin Neshat

Faz mais de 20 anos que a artista e cineasta Shirin Neshat visitou o Irão pela última vez, onde nasceu na cidade de Qazvin, em 1957. “Eu represento uma parte da comunidade e diáspora iraniana que veio para os Estados Unidos. Não volte porque o regime actual é praticamente impossível ”, disse a artista  que apresenta uma retrospectiva actualmente no The Broad Museum de Los Angeles com o título de I Will Great the Sun Again. A relação atroz entre os dois países é o foco do mais recente vídeo de Neshat,.A obra chama-se Land of Dreams  (2019) segue uma jovem espia iraniana que se apresenta como uma estudante de arte que fotografa americanos e investiga os seus sonhos. Um ex-militar tem pesadelos recorrentes sobre o holocausto nuclear. Uma mulher sonha em ser expulsa da sua casa pelos militares iranianos. Embora Neshat tenha vivido nos EUA desde 1974, quando estudou arte em Los Angeles, ela centrou a sua atenção nas dinâmicas políticas e sociais no Irão e no mundo muçulmano. Fez filmes em movimento e retratos indeléveis em preto e branco que ela adorna com texto em farsi e árabe. Quanto a Land of Dreams, passa-se na América e representa uma mudança profunda. Viajou pelos Estados Unidos com o marido Shoja Azari, colaborador de longa data, e fixaram-se numa paisagem desértica, no Novo México que lembrava o Irão.
A Land of Dreams concentra-se no pico de Shiprock, um lugar sagrado para o povo navajo.. "É como um Deus, é um amontanha que parece verdadeiramente auspiciosa. A peça é caracteristicamente sonhadora e, às vezes, sombria, mas também divertida e até irónica. A ideia de que o governo iraniano espionaria os sonhos das pessoas é realmente absurda. O meu trabalho nunca é muito engraçado", ela admite. Explicando sua nova abordagem,  menciona a discussão de Spike Lee sobre o seu filme BlacKkKlansman (2018) e seu argumento de que "em momentos de crise, às vezes a sátira política é a maneira mais eficiente e interessante de fazer crítica social". Neshat diz que no Irão o medo está em toda a parte.