domingo, 16 de fevereiro de 2020

Muralistas mexicanos



O Whitney Museum de Nova Iorque apresenta até 17 de Maio uma exposição com o título de: Mexican Muralists Remake American Art, 1925–1945.  Sobre a arte que falava directamente ao povo sobre justiça social e vida nacional. O modelo galvanizou alguns artistas nos Estados Unidos que procuravam libertar-se do domínio estético europeu para criar arte nativa publicamente significativa e acessível. Inúmeros artistas americanos viajaram para o México, e os principais muralistas mexicanos - José Clemente Orozco, Diego Rivera e Alfaro Siqueiros - passaram longos períodos nos Estados Unidos, executando murais, pinturas e gravuras, exibindo o seu trabalho; e interagindo com artistas locais.  Esta exposição, organizada por Barbara Haskell, integra aproximadamente 200 obras de sessenta artistas mexicanos e americanos. Alfaro Siqueiros foi o mais radical político e artístico dos principais muralistas mexicanos, acreditando que a arte deve ser revolucionária não apenas no seu conteúdo político, mas também nos seus materiais e técnicas. Dos três murais que ele fez em Los Angeles em 1932, Tropical America provou ser o mais duradouro no seu significado. O encontro de Siqueiros em Los Angeles com a tecnologia industrial e a indústria cinematográfica de Hollywood foi formativo no seu desenvolvimento artístico, levando-o a adoptar as ferramentas da indústria  e a estabelecer uma abordagem colectivista da arte, ambos alinhados com a sua ideologia comunista. O "Bloco de Pintores Murais", como ele chamou aos seus colaboradores-assistentes, incluía os artistas Luis Arenal, Philip Guston, Reuben Kadish e Fletcher Martin que foram influenciados pela estética de Siqueiros. Já agora: este ferveroso estalinista foi um dos mentores de um atentado fracassado contra Trotsky que acabaria por ser assassinado no México por Ramon Mercader, um sicário de Estaline. É a história.  Feia, diga-se.

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